Foto: Praça do Derby / Arquivo Fundaj |
Localizada no bairro do Derby, que liga a Avenida Caxangá a
Avenida Conde da Boa Vista, tendo como via a Avenida Governador Carlos de Lima
Cavalcante no Recife,
Pernambuco. Foi projetada e construída no ano de 1925 em frente ao
antigo Hotel de Delmiro Gouveia, hoje atual Comando da Policia
Militar de Pernambuco, na qual a praça do Derby fazia parte do projeto
recreativo dos hospedes do hotel. Sua construção foi executada na época de Sérgio
Loreto, então governador tendo como prefeito o engenheiro Antônio de Góis.
Foto: Arquivo Fundaj |
PRENÚNCIOS DO PAISAGISMO MODERNO: O PARQUE DO DERBY NO "NOVO RECIFE" DE 1925
O projeto antecedeu o que foi denominado Paisagismo Moderno,
lançando bases para o paisagismo depois projetado e executado pelo arquiteto Burle Marx.
História
Foto: Garçom e Menu |
O projeto de um parque recreativo vem do tempo de Delmiro Gouveia, em 1898. Conjugava a ideia
do verde sanitário e o verde decorativo, conforme preconizava o
arquiteto Camillo Sitte, utilizada pelo engenheiro Saturnino de Brito (1909 - 1915). Teve sua construção realizada na primeira administração de Antônio de Góis. Foi incluída no projeto que Burle Marx fez para vários logradouros do Recife entre
1935 e 1937.
RESUMO
Foto: Garçom e Menu |
O Parque do Derby, hoje Praça do Derby, implantado em 1925 como iniciativa
do governador Sergio Lorêto na gestão do prefeito Antonio de Góis, lançou as
bases do paisagismo moderno no Recife, antecedendo a atuação do paisagista
Burle Marx (1935-1937). Um projeto de paisagem urbana que contemplava
preocupações estéticas e ecológicas, no sentido de embelezamento e
higienização, incluía o desenho de um loteamento, a definição de um padrão
residencial configurado por palacetes, o projeto do Canal Derby-Tacaruna e a criação
de um parque recreativo.
A concepção do parque segundo os moldes europeus continha elementos do
romantismo inglês como coreto, pérgula, lago e alamedas, e o traçado do barroco
francês, com imponentes eixos de circulação que garantiam modernidade e
permanência na sua função de refúgio e reclusão para uma futura vida urbana
intensa. Nesse sentido, grandes eixos arborizados formavam as ruas que
articulavam os maciços vegetais com as futuras residências e edifícios
institucionais do entorno, com o canal e com o rio Capibaribe. Tal magnitude,
de certo modo, consolidava a idéia de complexo recreativo proposta por Delmiro
Gouveia em 1898. O projeto do parque conjugava o ‘verde sanitário’ e o ‘verde
decorativo’ do pensamento moderno de Camillo Sitte, que foi perpetuado no
traçado sanitário do engenheiro Saturnino de Brito para o Recife entre 1909 e
1915. Trata-se de um projeto de paisagem e de espaço público articulado que
exerceu influências no pensamento dos projetistas posteriores, incluindo Burle
Marx, conjugando valores locais e universais e lançando as bases para a
constituição de um paisagismo moderno na cidade do Recife. Este notável projeto
foi conservado até hoje como um dos lugares de referência da cidade. Ana Rita Sá Carneiro e Aline de Figueirôa Silva
Foto: Espelhos da Água / Garçom e Menu |
O bairro teve origem no ano de 1888. Era conhecido como Estância,
numa referência á estância de Henrique
Dias (século XVII).
Foi
construída no local uma pista de corridas de cavalo, com uma arquibancada, pela
Sociedade Hípica Derby Club, que deixou seu nome como herança a um dos bairros
mais aristocráticos do Recife, entre as décadas de 20 e 60 do século XX.
Os
recifenses apreciavam muito o hipismo e faziam desse prado um lugar de descanso
e diversão, de encontros amorosos, de negócios e até mesmo de política.
Nessa
época, o Recife possuía três prados: o do Hipódromo,
o da Madalena e
o do Derby. Quando a mania passou e o prado do Derby ficou abandonado, o
coronel Delmiro
Gouveia adquiriu-o e, firmando um acordo com a Prefeitura,
transformou-o no Mercado
Modelo Coelho Cintra.
Em
1900, o Mercado foi destruído por um incêndio, causado por uma ação da polícia,
devido à perseguições políticas a Delmiro Gouveia. Após uma reforma, em 1924, o
edifício imponente e eclético, em estilo renascentista, abriga até hoje o Quartel da Polícia Militar de
Pernambuco.
Durante
o governo de Sérgio
Loreto, em 1924, foram realizados diversos aterros naCampina do Derby e
a drenagem do canal onde hoje se situa a Avenida Agamenon
Magalhães.
Foto: Garçom e Menu |
A
Praça do Derby, projetada por Roberto Burle Marx, foi construída entre 1924 e
1926. Durante muito tempo, num dos seus tanques vivia um peixe-boi que fazia a
alegria da criançada. À sua volta foram construídos diversos casarões, onde
morava a aristocracia recifense. Hoje, em alguns desses casarões, funcionam
diversas clínicas e consultórios médicos.
Outro
prédio que compõe a paisagem do bairro e o torna mais conhecido é o do Hospital da Restauração,
que pertence ao Governo de Pernambuco e atende a maioria dos casos de
emergência da cidade e de outros municípios do Estado.
Foto: Garçom e Menu |
*O escorrego foi doado pelo artista plástico Abelardo da Hora, foi recuperado recentemente.
Nome completo Roberto Burle Marx
Nascimento 4 de agosto
de 1909 São Paulo, SP Brasil
Morte 4
de junho de 1994 (84 anos) Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Principais trabalhos:
• Praça do Derby – Recife-PE
• Jardins do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro
• Paisagismo do Eixo
Monumental, em Brasília
• Parque do Ibirapuera, em São Paulo
pesquisaescolar@fundaj.gov.br
Fundação Joaquim Nabuco, Arquivo Publico do Estado-PE, Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião quanto a matéria?