Você já fez, ou faria um passeio turístico num cemitério?
Pois saiba que "Turismo em Cemitérios" tem como foco a exploração do patrimônio artístico e arquitetônico, para isso,
alguns até foram transformados em cemitérios-museu.
Outro motivo que move
este tipo de turismo é a busca de personalidades, que mesmo depois de mortas
continuam sendo veneradas (até mais do que em vida).
Para conseguir conservar os mausoléus, no caso dos
cemitérios-museu, a saída encontrada foi a mercantilização do espaço, ou seja,
além de alguns eventos que são realizados o visitante é obrigado a pagar uma
taxa de entrada.
Os cemitérios são
atração turística em diferentes cidades do mundo e jazigos de pessoas
conhecidas e arte funerária são chamarizes.
Vários cemitérios espalhados pelo mundo recebem visitas não
apenas de pessoas que desejam prestar homenagem a seus familiares ou amigos
enterrados lá. Eles atraem também milhares de turistas curiosos em conhecer e admirar
esculturas e mausoléus que são verdadeiras obras de arte.
Conheça alguns cemitérios
que atraem visitantes nos EUA, Europa e América Latina.
Cemitério Nacional de Arlington (EUA).
Foto: Reuters - Barack e Michelle Obama - Cemitério de Arlington (vítimas do 11 de setembro) |
Com mais de 04 milhões
de visitas ao ano, o Cemitério Nacional
de Arlington é o cemitério militar mais visitado dos Estados Unidos. Além
de militares que lutaram nas duas Guerras Mundiais, do Vietnã e Coreia, estão enterrados
lá o presidente John F. Kennedy e seu irmão, o senador Robert Kennedy e o
médico Albert Sabin.
O Cemitério Arlington também possui aplicativo para internet
e celulares, onde é possível localizar túmulos célebres, ver fotos e obter
informações.
Cemitério da Recoleta (Buenos Aires)
Criado em 1822, o Recoleta foi declarado Patrimônio Histórico
Nacional pelas valiosas esculturas e personagens ilustres enterrados lá. No
bairro de mesmo nome na capital argentina, tem 4.870 sepulcros com monumentos,
vitrais e portas trabalhadas artisticamente. Uma das esculturas mais valiosas é
um Cristo, disposto no altar de uma capela, feito pelo escultor italiano Giulio Monteverde.
Personalidades argentinas enterradas lá, a ex-primeira-dama
Eva Perón, os escritores Adolfo Bioy Casares e José Hernández, o prêmio Nobel
da Paz Carlos Saavedra Lamas, e presidentes. O local oferece visitas guiadas,
inclusive para cegos.
Père Lachaise (Paris).
O maior cemitério de Paris é também um dos mais famosos do
mundo. A lista de túmulos de personalidades mundialmente conhecidas por lá é
extensa, algumas sepultadas originalmente, outras transferidas tempo depois.
FOTO: http://acritica.uol.com.br/
Fãs prestam homenagem, junto ao túmulo do cantor Jim Morrison, no cemitério Père Lachaise, em Paris |
Entre elas, os escritores Honoré de Balzac, La Fontaine e
Marcel Proust, a cantora Édith Piaf, o compositor Frédéric Chopin e o
dramaturgo Jean Baptiste Molière. O Père
Lachaise foi inaugurado em 1804, o
nome é uma homenagem a François d´Aix de la Chaise, conhecido como Père de la
Chaise (padre La Chaise), confessor do rei Luís XVI.
O Turismo em Israel.
Israel tem o turismo como uma das principais fontes de renda
nacional. O ano de 2010 registrou 3,45 milhões de desembarques turísticos.
Israel oferece ao viajante uma infinidade de locais históricos e religiosos,
resorts, sítios arqueológicos, museus, salas de concerto, manifestações
folclóricas e ecoturismo e também o turismo de cemitério onde o Túmulo de
Absalão, num antigo cemitério judaico de dois mil anos. Vários locais em
Jerusalém são apontados como o Túmulo de Jesus Cristo. O Estado Judeu possui o
maior número de museus per capita do mundo. Dentre todos os locais de interesse
turístico em Israel, o mais popular é a Colina de Massada, e a cidade mais
visitada é Jerusalém. A maioria dos turistas que visitam Israel vêm dos Estados
Unidos, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido.
Antigo Cemitério Judeu (Praga).
O Antigo Cemitério Judeu de Praga foi estabelecido na
primeira metade do século 15. Junto com a Sinagoga Velha Nova, é uma das
principais atrações. O primeiro túmulo, do poeta Avigdor Karo, data de 1439.
Atualmente, são 12 mil sepulturas visíveis, mas calcula-se haver muito mais. Há
várias personalidades enterradas lá, como Judah Loew ben Bezalel, conhecido
como Rabino Loew, Mordechai Maisel, prefeito da antiga cidade judaica, e o
matemático, astrônomo e historiador renascentista David Gans.
Cemitério da Consolação (São Paulo).
O cemitério mais antigo de São Paulo fundado em 1858 com mais
de 300 obras de artistas renomados, o “Grande Anjo", de Vitor Brecheret,
“Prece”, de Bruno Giorgi, “Anjo da Guarda”, de Enrico Bianchi e “Pietá”, de
Eugênio Prati. Nos seus 76 mil m² estão sepultados intelectuais, poetas e
homens públicos que deixaram sua marca na história do país. Entre eles, os
ex-presidentes Washington Luís e Campos Sales, a artista Tarsila do Amaral, o
médico Emílio Ribas e o jornalista e político Líbero Badaró.
Também geram interesse imponentes mausoléus, como da família
Matarazzo, o maior da América Latina (com 25 metros de altura), obra de Luigi
Brizzolara.
Depois do Cemitério da Consolação em 1858, encerrou-se em São
Paulo a prática de sepultar as pessoas nas criptas das igrejas, criticada por
razões sanitárias desde 1820. A secularização do sepultamento também
representou o fim do hábito de marcar a posição social dos defuntos por meio de
sua localização no interior das igrejas, mais ou menos próxima do altar. O
Cemitério Municipal passou a atender a todos, de escravos a fazendeiros. Surge
ai o hábito, entre a elite paulistana, de homenagear amigos e familiares
falecidos com obras tumulares monumentais, à altura de sua importância social,
como forma de perpetuar após a morte a posição social adquirida em vida.
Cemitério São Paulo.
Entre o fim do século XIX e o começo do século XX, a
prosperidade advinda do plantio do café e da industrialização ocasionou
mudanças no perfil sócio econômico da cidade. A criação de novos cemitérios,
como os do Araçá (1887), Quarta Parada (1893) e Chora Menino (1897) – permitiu
a “estratificação social” da atividade funerária. Cercados por bairros nobres,
os cemitérios da Consolação e do Araçá passaram por um processo de elitização,
consolidado nas duas primeiras décadas do século XX. Converteram-se em museus a
céu aberto, abrigando um grande número de jazigos luxuosos e monumentos
funerários encomendados por barões do café, industriais, intelectuais, médicos,
juristas e pessoas públicas a escultores de renome.
Desde sua fundação, o Cemitério São Paulo contabiliza mais de
140 mil sepultamentos. Dentre personalidades enterradas, encontram-se políticos
como Pedro de Toledo, Auro de Moura Andrade e Prestes Maia; os escritores
Menotti Del Picchia, Paulo Duarte; os artistas Victor Brecheret, Aldo Bonadei e
Nicola Rollo; os empresários José Ermírio de Moraes, Nicolau Scarpa e o
publicitário João Dória.
Em 1950, o sepultamento de Maria Izilda de Castro Ribeiro, a “Menina
Izildinha”, no Cemitério São Paulo marcou o local como ponto de
peregrinação. Os restos mortais da Menina Izildinha foram transferidos para
Monte Alto, no interior paulista, em 1958.
Cemitério de Santo Amaro (Recife).
O Cemitério Senhor do Bom Jesus da Rendenção, mais conhecido
como Cemitério de Santo Amaro, é o maior cemitério do Recife com mais de 18 mil
túmulos.
Projetado pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira, iniciado
no governo de Francisco do Rego Barros, O Conde da Boa Vista, foi inaugurado em
1º de março de 1851, destinado inicialmente, ao sepultamento de pessoas
vitimadas do surto da febre amarela, que não podiam ser sepultadas em igrejas,
como era de costume da época.
Com arquitetura radial e túmulos distribuídos ao longo de
ruas que partem de um ponto central, é a maior exposição de arte ao ar livre de
Pernambuco, com centenas de mausoléus de grande porte.
Foto: Garçom e Menu (mausoléu de Agamenon Magalhães cemitério de santo amaro Recife). |
Agamenon Magalhães; Conde
da Boa Vista; Francisco de Assis França (Chico Science);
Gregório Junior; Joaquim Nabuco; Maciel Pinheiro e Manoel
Borba.
Além dos mausoléus que se destacam, há no cemitério
sepulturas simples como:
Demócrito de Souza Filho, estudante
pernambucano morto em praça pública por forças do governo no movimento
revolucionário de 1945.
Joaquim Inácio de Almeida Amazonas,
primeiro reitor da Universidade Federal de Pernambuco.
Maria Júlia do Nascimento, Dona
Santa, rainha do Maracatu Nação Elefante.
Miguel Arraes, Governador de
Pernambuco e avô de Eduardo Campos, atual governador do estado.
Joel Carlson, Missionário e fundador
da Igreja Assembleia de Deus no estado de Pernambuco.
Os dois túmulos mais visitados no cemitério de Santo Amaro
por pessoas à procura de bênçãos. O primeiro é o do garoto de 11 anos que
morreu em 1959, “Alfredinho” e que passou a ser cultuado como santo pela
população. O segundo é o da “Menina Sem Nome” que foi encontrada morta no
bairro do Pina em 1970 e nunca foi identificada. Nestes túmulos são oferecidas
promessas à eles e muitos acreditam alcançar milagres.
A Arte tumular.
*Galileo Emendabili: Túmulo da família Forte ("túmulo do pão"). |
Entre as décadas do século XIX e do século XX, encomendas
geradas no âmbito da arte tumular constituíram-se em um dos maiores mercados
consumidores de esculturas no país. No Cemitério São Paulo, há 180 obras consideradas
de valor artístico. Muitas obras tumulares chamam atenção pelas características
ousadas para a circunstância e a época, tomando o nu, a sensualidade e os
símbolos pagãos como temas.
De Alfredo Oliani, destaca-se o Último Adeus, considerada uma
das obras mais instigantes da arte tumular. A obra foi encomendada por Maria
Cantarella, por ocasião da morte do marido, Antônio. Representa um homem no
vigor da idade inclinando-se sobre a esposa morta, em um apaixonado beijo de
despedida.
Outra obra emblemática é o Túmulo da família Forte de Galileo
Emendabili, apelidado de Túmulo do pão. É um conjunto em bronze, representando
uma mesa com um pão à qual se sentam o viúvo e o filho.
Victor Brecheret, sepultado no mesmo cemitério, é autor dos
dois anjos de bronze em posição de reza, tendo ao centro uma cruz, no túmulo da
família Scurracchio.
FONTES: Wikipédia
Fundaj
– Fundação Joaquim Nabuco.
Arquivo
Público de Pernambuco.
FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Governo do Estado de Pernambuco/Secretaria de Educação e Cultura, 1977.
Muito interessante!! Eu, particularmente, não estaria em meu roteiro visitar cemitérios...mas minhas filhas, sim! Segundo elas iriam visitar túmulos de artistas famosos e ainda tirariam fotos!! Nossa...para mim...macabro! rsrsrsrsr... cada um com seu gosto e loucura...rsrsrsr...
ResponderExcluirvanessa cristina